O
trabalhador comum, notadamente o das grandes cidades e regiões
metropolitanas, cumpre carga horária de 8 horas diárias ou mais,
fora o deslocamento. Como ele se informa? Pelos noticiários
noturnos, jornais/revistas e a internet. Percentuais decrescentes
para a mídia escrita, mas ainda influente através de suas capas.
O
resultado disso é que o maior beneficiado pelas conquistas sociais
dos últimos anos não está relacionando sua ascensão às ações
do governo, mas atribui a este as mazelas na saúde, que é
municipalizada, e na educação de seus filhos, responsabilidade dos
estados e municípios, além de outros.
Este
trabalhador, pelo que lê ou assiste, acha que o partido do governo é
o mais corrupto de todos quando a Presidente Dilma é, de todos os
presidentes desde a volta da democracia, a menos tolerante com a
corrupção.
Sugestão:
Combate ao acesso ainda limitado aos meios de informação
alternativos
O
uso da internet cresce, mas a grande maioria do trabalhador comum não
tem tempo para navegar nos sites alternativos, pois a maior parte das
empresas proíbe a navegação em horário de trabalho, de modo que o
uso da rede se dá nos poucos intervalos e/ou no almoço, o que
significa rápida checada nas redes sociais (onde a informação é
distorcida, pois a maior parte das repercussões são originadas da
própria mídia, através dos compartilhamentos) ou em sites mais
tradicionais, veículos da própria grande mídia. Como combater
isso?
A
regulamentação é necessária, mas nada garante que o conteúdo irá
mudar. É preciso regulamentar mas, também, criar meios para fazer
chegar uma informação mais qualificada e menos distorcida às
pessoas.
Problema:
Falha na comunicação do governo
O
governo, me parece, erra ao não falar mais diretamente à classe C e
ao não identificar de modo consistente os anseios destas pessoas,
para atendê-los. O governo não estaria percebendo que as pessoas
quando ascendem socialmente logo vão se tornando conservadoras, vão
para o centro e, se não forem bem informadas, acabam indo para a
direita.
Penso
que se a direita tivesse vindo com outro candidato ou modificado
apenas um pouco sua estratégia, teria vencido as eleições apenas
por conta dessa onda conservadora que varreu o sul. E nem precisaria
de uma bala de prata.
O
que fazer?
Criar
meios de contato mais direto com a população, notadamente a nova
classe C, através de seus trabalhadores e estudantes.
Boletins
de notícias poderiam ser produzidos em parceria com sindicatos,
outras entidades de classe, associações, escolas e igrejas, etc, e
distribuídos nestes locais e, também, nos grandes centros
comerciais, nos calçadões, shopings e ruas de consumo das cidades,
universidades e escolas de todos os tipos. Também poderiam ser
vendidos a preços simbólicos.
Aplicativos
para celulares com serviços públicos, orientações de saúde e
educacionais ou outros assuntos de interesse poderiam ser criados e,
ao mesmo tempo, conter divulgação de notícias, notadamente aquelas
conquistas sociais que a mídia não divulga.
Democratizar
ainda mais a distribuição das verbas publicitárias, investir nas
rádios e jornais comunitários, religiosos e do interior. Comprar
espaços de divulgação e mostrar as histórias de pessoas e suas
conquistas sociais, comover, fazer ver que as coisas estão mudando e
melhorando.
Incentivar
os programas mais populares da TV à produção de reportagens que
mostrem o Brasil profundo, que recebe ajuda dos programas sociais mas
que trabalha e cresce, melhorando de vida.
Produzir
(e exibir nos cinemas antes dos filmes) documentários curtos com
histórias de beneficiários do Bolsa Família e outros programas
sociais que trabalham na roça ou nas periferias, mostrar seus
avanços, mostrar o progresso de seus filhos nas escolas e a
perspectiva de progresso futuro com a saída dos programas. Mostrar,
principalmente, pessoas que já não precisam mais receber ajuda.
Dar
destaque também aos casos em que a fiscalização descobre e
descredencia pessoas que recebiam os benefícios sem merecer. Mostrar
também as realizações do governo.
Nenhuma
dessas informações deve ser partidarizada ou direcionada, pois não
é preciso. Basta que a verdade sem filtros possa chegar às pessoas
através de novos meios que as tornem independentes da grande mídia
para obter as informações.
No
próximo texto vamos escrever sobre a necessidade de aprofundamento
e garantia das conquistas da nova classe social emergente.
Continua... Clique aqui.
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