O DISCURSO QUE A
PRESIDENTA DILMA DEVERIA FAZER
(Ou ter feito,
depende de quando você ler isto...)
Vamos fazer aqui um
exercício de imaginação. Chegamos em casa e a programação é
interrompida para um pronunciamento da Presidenta da República,
Dilma Roussef. Vestindo aquele mesmo modelito da posse, ela se dirige
à câmera. O que ela deveria dizer? Nos meus sonhos ela diz o
seguinte:
Meus queridos
brasileiros e brasileiras!
Venho à vossa presença
hoje trazer esclarecimentos sobre a situação do nosso país, em
especial sobre a crise que se abateu sobre o maior patrimônio
empresarial do povo brasileiro que é a Petrobrás.
Nosso país está
passando por alguns ajustes que foram necessários diante da crise
internacional, que persiste. É um ajuste pequeno diante do que
poderia ocorrer se a receita de outros países fosse adotada no
Brasil. Vejam o que aconteceu na Grécia, por exemplo. Cortes de
salários, de pensões, de aposentadorias, desemprego recorde e
recessão.
Pesquise o índice de
desemprego nos países mais ricos e compare com o nosso. Nossa taxa
atual de desemprego é a menor da História. A quantidade de novos
empregos diminuiu mas nosso governo gerou cerca de 5 milhões de
novos postos de trabalho.
O teto de inflação
jamais foi ultrapassado por nossos governos, do Presidente Lula e
meu, desde 2004. O Presidente Lula recebeu o país com uma inflação
de mais de 12% ao ano, e entregou para mim com 6,5%. Em 2014 a
inflação foi de 6,41% no IPCA.
Vivemos o pleno emprego
e as medidas do ajuste econômico vão permitir que a inflação siga
sem ultrapassar o teto da meta. Mesmo que alguns preços tenham
subido, por questões de clima, demanda e questões externas, tenho
certeza que o pai e a mãe de família preferem pagar um pouco mais
caro nos produtos, mantendo seu emprego, do que ver os preços caírem
mas não poder comprar por estar desempregado ou ter seu salário
reduzido.
Nosso ajuste não vai
ser feito às custas do emprego e nem do salário do trabalhador.
Também não vai ser feito às custas dos programas sociais que
ajudaram 50 milhões de pessoas a sair da linha da miséria e da
pobreza.
Meus queridos
brasileiros e brasileiras!
Nos países mais
desenvolvidos as investigações e os processos judiciais contra
pessoas envolvidas em desvios de conduta são acontecimentos
naturais, que ocorrem dentro da rotina legal estabelecida.
As denúncias são
feitas, evidências e provas são colhidas, as pessoas são
processadas, exercem o direito de se defender e, conforme o
julgamento da Justiça, são condenadas ou absolvidas. O Poder
Executivo não tem qualquer influência neste processo.
Assim deveria ser
também em nosso país. Mas aqui, alguns políticos, com apoio de
grande parte da imprensa, transformam tudo em uma crise que atrapalha
o desenvolvimento do país, visando atender interesses
inconfessáveis.
Essas pessoas acusam o
governo pela corrupção da Petrobrás, e fazem isso com apoio de
setores poderosos da imprensa, mas se esquecem que as pessoas que
estão sendo acusadas de desvios estão na empresa desde o governo
deles.
Esquecem de dizer que
eles elevaram essas pessoas e que nós as demitimos, quando tivemos
conhecimento dos malfeitos. Nós estamos corrigindo os erros que
começaram no governo deles. Mas a parte mais poderosa da imprensa
não noticia essas coisas.
Nós temos conhecimento
que as denúncias da investigação dão conta de que vários
partidos e políticos, teriam recebido recursos indevidos. Mas a
parte mais poderosa da imprensa só fala do partido que está no
governo. Chega um momento em que os brasileiros e brasileiras
deveriam começar a se perguntar o motivo disso.
Eles querem acuar o
governo e enfraquecer a Petrobrás porque querem vender a empresa e o
Pré-Sal para grupos estrangeiros. Em 2010 o site Wikileaks divulgou
e-mails entre brasileiros e membros de multinacionais do Petróleo,
sugerindo que iriam mudar o modelo do Pré-Sal.
Nós construímos um
modelo para o Pré-Sal em que empresas de fora podem ser sócias da
Petrobrás, mas que uma parte considerável do óleo extraído
pertence ao Brasil, mais os impostos. E esse dinheiro vai ser
investido, obrigatoriamente, em saúde e educação. Porque a riqueza
pertence aos brasileiros, assim como a Petrobrás. Mas essas pessoas,
com apoio da parte poderosa da imprensa, não aceitam isso.
Trabalham todos os dias
para enfraquecer a Petrobrás porque querem tomá-la das mãos dos
brasileiros e entregá-la nas mãos dos estrangeiros, assim como
fizeram com a Vale do Rio Doce. Em 1997 a Vale foi vendida por 3
bilhões, e tinha 700 milhões na conta, ou seja, 2,3 bilhões e
algum tempo depois a empresa foi avaliada em mais de 40 bilhões.
Percebem o tamanho dos interesses por trás de tudo isso?
Enquanto nós
estivermos à frente do governo a Petrobrás vai continuar sendo do
povo brasileiro. Nós prometemos que não iríamos deixar pedra sobre
pedra e mantemos nossa promessa. Tudo e todos devem ser investigados,
doa a quem doer, pelo bem da Petrobrás e o interesse do povo.
Só não podemos
aceitar é que policiais federais atuem como cabos eleitorais de
candidatos, que as investigações sejam vazadas para imprensa com
intuito de prejudicar A ou B, e que o ordenamento jurídico
constitucional seja violado, de modo que pedimos que os órgãos de
controle atuem fortemente para manter a ordem e o Estado Democrático
de Direito.
Nós vamos continuar
fazendo nossa parte. Não haverá nenhuma interferência do governo
nas investigações, mas esperamos que elas não sejam direcionadas
apenas para um lado, mas para todos os envolvidos.
Quem for
comprovadamente suspeito de algum equívoco ou desvio, será afastado
e reconduzido depois, caso seja inocente. Se for culpado, que
enfrente a Justiça. É assim que deve ocorrer naturalmente dentro
dos países civilizados. Quem acusa tem obrigação de provar a
acusação.
Para encerrar, peço
seu apoio para a Reforma Política. Sem ela nosso país jamais ficará
livre desses escândalos. Precisamos acabar com a influência do
poder econômico nas eleições, para que a vontade do povo prevaleça
e não o poder do dinheiro.
Continue apoiando e
acreditando no Brasil. Não vamos dar espaço para que o ódio e a
divisão prevaleçam entre nós. Nosso povo é forte, alegre,
trabalhador e jamais desiste. Vamos manter nossa união, pois unidos
somos invencíveis! Boa noite e muito obrigada!
...
Quando a rede de rádio
e TV se desfaz, eu acordo, feliz com o sonho e triste por ser um
sonho. Pois ver esse governo se defender e fazer a batalha da
comunicação tornou-se uma utopia.
Alô Sr. João Santana.
As palavras acima estão ao dispor, ipsis literis, sem precisar
mencionar autoria. Uma vez examinadas à luz da lei e dos impactos
políticos, podem ser usadas à vontade. Alô! Tem alguém ai? Alô...
Veja acima, no botão
Classe C-I, a série de textos em que apresentamos propostas e
reflexões sobre o que o governo deve fazer para recompor sua base
entre a Classe C, especialmente no Centro-Sul do país. Analise,
comente, manifeste-se!
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